Se percorrermos a história do homem, veremos que os milhares de anos de existência sobre a terra são marcados por uma busca incansável de Deus. Essa busca, no passar das gerações, tomou muitos rumos diferentes, e o resultado é uma enorme diversidade de expressões religiosas que se vê no mundo inteiro. Não há como dar soma das variedades dos deuses e das expressões teístas que se propagou no mundo desde os primórdios da humanidade até os nossos dias. Na Antigüidade houve comunidades cujo panteão somavam mais de 150% de deuses a cima do número de seus habitantes. Outras comunidades possuíam número superior a 50.000 deuses diferentes que até nos parece um número exagerado. Muitos desses deuses eram adorados em vários lugares por nomes diferentes. A coletânea dos deuses que podemos encontrar nos mais diversos pontos da história antiga chega a ter um número assustador. Mitos que explicam a origem do mundo; mitos sobre os homens, sobre a natureza, sobre os astros; deuses em forma de animais, aves, insetos; com nomes de rios, plantas, pedras, árvores, cidades, astros e soberanos; enfim, deuses de todas as formas e para todos os gostos.
A FÉ, O CAMINHO PARA O ENCONTRO COM DEUS
É indiscutível e certeira a declaração de que a fé é a materialização do divino dentro de cada um de nós. Deus não é o que se externa, mas tudo aquilo que de mais profundo se interioriza cuja imagem se refletem no imaginário retrato interior. Deus existe e criou todas as coisas, porém a imagem do Deus que conhecemos, diferente do Deus que criou todas as coisas, foi criada por nós, ou seja, de um Deus único e absoluto fizemos varias imagens; uma para cada individuo na face da terra. Embora todos os membros de uma comunidade religiosa concordem com os aspectos revelados e sistematizados dentro daquela religião. Cada indivíduo acaba tendo uma imagem particular de Deus. Até mesmo os registros bíblicos conservados com todos os rigores dos escribas judeus e dos cristãos no passar da história não foi capaz de manter uma unanimidade na conclusão individual da descrição de Deus. Estamos apenas articulando a idéia de que todos os seres humanos independentes da crença ou da religião, vêem a Deus de forma diferente. Todos temos uma idéia de Deus, mas não sabemos externá-la. Somente a fé tem o poder de nos conformar com a imagem que temos. Nossa conclusão evolui e aquilo que hoje chamamos de Deus amanhã pode não ser. É a fé que nos aproxima de Deus (Hb 11:6), neste caso, buscamos a Deus da forma que cremos. Se aliarmos, a nossa descrição de Deus às experiências vividas e conhecidas, ficaremos confusos, visto que cada pessoa tem uma experiência diferente como se houvesse um deus para cada uma pessoa e essas experiências são resultados da fé. Os milagres, os sonhos, as visões e os êxtases sempre estão ligados a princípios de crenças. É a fé que produz a experiência, enquanto que a experiência autentica a crença. Assim, declarar quem está certo neste jogo pitoresco de imagens divinas é quase impossível. O mundo está cheio de discussões sobre Deus e seu trabalho, mas só existe um Deus verdadeiro e quem é Ele? É exatamente o que tentamos revelar neste blog sobre “Deus, deuses e demônios”.
Nem todos chegarão à mesma conclusão, pois, como dizia o poeta: “cada cabeça é um mundo”; cada mundo tem seu próprio deus; cada deus seu sistema; cada sistema suas leis e regras; cada regra tem suas próprias exceções; cada exceção sua justificativa; para cada justificativa há sempre uma oposição. Neste caminho em busca do Deus verdadeiro, devemos aliar a fé à razão, pois a fé sem razão é irracional e a razão sem a fé jamais poderá encontrar a Deus. Neste contexto, a razão também é variável, a lógica que descreve a Deus nas experiências místicas Budistas, Islâmicas, Judaicas e Cristãs varia de acordo com a época, lugar e circunstância. Vendo por este prisma o que determina o perfil de Deus é o tempo. Assim, há deus para cada povo, época e lugar. A fé diz dentro de cada um de nós que existe um Deus, mas quem Ele é e como Ele é nada sabemos, então recorremos aos livros sagrados tais como: a bíblia, o alcorão, os vedas e as tradições milenares e modernas e as respostas são tantas quanto possíveis. A mais aliada revelação do perfil de Deus tem sido as experiências místicas, ou seja, é por meio delas que O Deus invisível se torna visível, mas em caráter sobrenatural. Uma pessoa que já teve uma chamada “experiência mística” na qual viu a Deus é incapaz de assimilar qualquer informação que venha contrariar aquela imagem vista por ele. Se esse tipo de experiência chegasse a ser a mais exaltada autoridade para descrever a Deus seriamos forçados a acreditar que Deus não existe, visto que, quase todas as experiências dessa natureza são contraditórias entre si. A grande incompatibilidade consiste em fatores pré-determinantes que são as crenças que direto ou indiretamente formam na mente a imagem do ser manifesto. E esta imagem torna-se tão real a ponto de convencer irreversivelmente. Assim, cada religião ver a Deus de forma diferente, enquanto que o próprio Deus satisfaz as perspectivas de cada uma delas. Podemos chamar isto de: “as várias faces de Deus”. Talvez o Deus dos povos islâmicos seja o mesmo dos judeus que é o mesmo Deus dos cristãos, mas jamais Deus se revela hoje aos cristãos nas características judaica ou islâmica. É certo que os cristãos e judeus não aceitam a possibilidade de servirem ao mesmo Deus do Islã e visse-versa. Cada um deles acredita que seu Deus é mais verdadeiro que o do outro e, quem sabe, seja o mesmo Deus visto por pontos de vista diferente. O responsável por tudo isto é a fé. A fé não é uma coisa, um membro do nosso corpo ou uma condição. Ela é uma virtude, a mais excelente faculdade inerente à vida do ser humano. A fé também depende da vontade. Os argumentos religiosos só nos convencem quando queremos, ou permitimos. É exatamente por este motivo que é tão difícil convencer alguém a mudar de religião. Não é que o nosso argumento seja fraco, mas por que a pessoa não se deixa convencer. Uma vez certos de que temos em mãos a verdade, somos forçados inconscientemente a não aceitar nenhuma verdade que contrarie a nossa verdade. Ao ouvir qualquer idéia que vá de encontro à nossa verdade a própria mente é capaz de falsificar a recepção da idéia para satisfazer o nosso ego religioso. Tudo isto acontece freqüentemente em nosso dia-a-dia por que a fé é absolutamente fiel às crenças e verdades que propagamos. Desta forma, o nosso Deus é sempre melhor que o deus dos outros
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